Os medicamentos Ozempic e Wegovy são responsáveis por alavancar o PIB da Dinamarca. A demanda global pelos remédios que podem contribuir na perda de peso e controlar diabetes tipo 2 foi tão alta, que o Banco Central (BC) dinamarquês manteve a taxa de juros abaixo das do BC Europeu. Os medicamentos são da farmacêutica Novo Nordisk.
As ações da empresa (N1VO34) tiveram alta de 30% neste ano, levando a companhia aos US$ 419 bilhões em valor de mercado. Com isso, a empresa ultrapassou o PIB da Dinamarca (US$ 406 bilhões). A fabricante do medicamento Ozempic obteve um faturamento de US$ 21 bilhões nos últimos 12 meses, o equivalente a 5% do PIB dinamarquês.
De acordo com “Trust for America’s Health”, estima-se que 42,4% dos adultos nos EUA são obesos, o que ajuda a explicar, a alta demanda no país. A procura pelo remédio provocou escassez nas farmácias, e o fato ganhou destaque na imprensa. Após a repercussão, Elon Musk disse no X (antigo Twitter) que faz uso do medicamento para emagrecimento. O apresentador Jimmy Kimmel fez piada sobre o assunto durante o Oscar, em março.
Efeitos colaterais do Ozempic
Por outro lado, como todo remédio, o Ozempic tem seus pontos negativos. Na Europa, o órgão regulador de medicamentos para perda de peso demonstrou preocupação com as substâncias e alertou sobre uma possível relação com pensamentos suicidas e de automutilação entre os usuários.
De acordo com a BBC, a Islândia identificou três casos em pacientes no país e notificou a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, sigla em inglês). O órgão abriu investigação para apurar casos envolvendo uso dos medicamentos inibidores de apetite como o Saxenda, Wegovy e Ozempic. “Pensamentos suicidas” consta na bula dos produtos como possível efeito colateral.
Nesse sentido, a Dinamarca enfrenta um problema. Apesar do saldo positivo, a alta do PIB em 1% impulsionado pela farmacêutica pode ter maquiado uma desaceleração em outros setores. O início das investigações sobre efeitos colaterais em países da Europa, pode pode escrever um novo capítulo caso a FDA (equivalente a Anvisa nos EUA) siga o mesmo caminho.
Caso isso aconteça, as regras para uso desse tipo de medicamento podem ser revistas pelo mundo e impactando a receita da Novo Nordisk, que consequentemente vai refletir diretamente no PIB da Dinamarca.
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