A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, em 2 de setembro de 2025, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. O processo envolve acusações de tentativa de golpe e levanta dúvidas sobre o papel do ministro Alexandre de Moraes e o equilíbrio institucional no país.

Acusações e defesas em primeiro plano
No primeiro dia do julgamento, o ministro Alexandre de Moraes atuou como relator. A defesa insistiu que não houve plano autoritário. Além disso, o depoimento de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes, trouxe polêmica. Ele acusou o ministro de forjar relatório contra empresários bolsonaristas e prometeu novas revelações.
Pressões internas e externas
O The New York Times destacou que o processo gera dúvidas sobre a democracia brasileira. Segundo o jornal, o STF concentrou “novos poderes extraordinários”, como bloquear redes sociais, censurar perfis e ordenar prisões sem julgamento. Enquanto isso, críticos afirmam que tais medidas ampliam o desgaste institucional.
O jurista Walter Maierovitch, citado pelo NYT, alertou que “tais falhas não justificam a tentativa de golpe, mas não deveriam ser repetidas”. A análise ressalta que o Supremo Tribunal Federal corre o risco de se tornar sinônimo de autoritarismo, ainda que “democracia imperfeita” esteja tentando enfrentar ameaças pós-internet.
Cenário político acirrado
O desgaste sobre o STF cresce a cada semana. Embora aliados de Moraes reforcem apoio, o pedido de impeachment contra ele segue parado no Congresso. Uma pesquisa Quaest mostrou que 46% dos brasileiros apoiam o afastamento, contra 43% que rejeitam a ideia. Portanto, a sociedade continua dividida. Além disso, grupos de direita anunciaram protestos em 7 de setembro, pedindo a saída de Moraes e defendendo Bolsonaro.
O julgamento de Jair Bolsonaro, marcado pela forte presença do ministro Alexandre de Moraes, reflete uma encruzilhada institucional: mostra o STF em posição controversa, com críticas intensas e riscos ao prestígio democrático. Nos próximos dias, será decisivo observar se o tribunal manterá equidistância institucional ou se aprofundará a polarização política no país.
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